MEU PARAISO PERDIDO

Saí em busca de mim.
Escalei montanhas, desci pelos vales, mergulhei no oceano infinito interior.
Voei alto com as gaivotas na liberdade do céu.
Vi fadas, monstros e serpentes confundindo-se em qualquer tempo e lugar.
Lutei, sofri, sorri, chorei.
Mas busquei, nesse turbulento ser, as estranhas marcas da vida;
ora cálidas e serenas, ora revoltas tempestades em alto-mar.
Elevei-me às alturas, desci aos confins do abismo na angústia de viver.
Vivi os antagonismos extremos e a integração máxima de ser.
Coloquei lentes de aumento, ficando invisível o que eu via, inaudível o que ouvia e insensível o que sentia.
E, nesse campo de batalha,entre tiros de canhão e rajadas de metralhadoras,encontrei-o lá escondido, no âmago do meu ser.
Ali estava eu, meu paraíso perdido e agora integrado:
Paz, serenidade, amor.
Luzia Sampaio de Athayde